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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um Mundo Branco e Azul


Aviso desde o início: este será um "post poético", então não esperem assuntos polêmicos, grandes críticas nem algo do gênero. Mas ontem eu decidi que deveria escrevê-lo, pois queria que os leitores desse blog imaginassem (ou pelo menos tentassem imaginar) o por que de eu escrever esse post, ou melhor, tentassem imaginar a sensação que me levou a escrever esse post. É, assim fica um pouco melhor descrito...
Dia 20 de Dezembro eu fiz uma viagem para Florianópolis, para a casa da minha tia por parte de mãe (coloco esse comentário apesar de eu não ter uma tia por parte de pai) juntamente com minha mãe e minha avó. Apesar do meu medo de altura, não tenho muito medo de voar de avião (ou pelo menos acho que não tenho). E como bom viajante que NÃO sou, fui na janela da fileira 17, no assento A. Apesar de estarmos ao lado da asa do avião (para o desgosto de minha avó, que foi ao meu lado), eu ainda podia ver um pouco da paisagem se me movesse um pouco para frente, e foi o que fiz em boa parte da viagem de uma hora.  E pela janela pude ver uma paisagem inexistente: grandes porções de nuvens formando "ilhas", que eram rodeadas pelo nosso mar, apesar de muito distante das mesmas. E o mesmo "fenômeno" se espalhava até o horizonte, mostrando um mundo infinito e inalcançado: o mundo das nuvens.
Chegamos à Florianópolis. Minha avó ficou na casa do meu tio (o irmão mais novo da minha mãe) enquanto eu e ela ficamos na casa da minha tia. Os dias ficavam monótonos lá porque em muitos dias choveu, impedindo-nos de ir à praia (o que não é um grande problema pra mim, porque não sou muito fã de praia). Minha tia mora com dois gatos que ela considera como filhos (já que ela não teve filhos por opção), e não tínhamos muito o que fazer tanto na casa dela quanto na nossa, que também é dela. Levamos alguns livros (eu levei alguns de meus mangas) e tínhamos o laptop da minha mãe, que era dividido entre mim e ela, o que não deixava muito tempo para grandes diversões com grandes jogos, visto que ela também não queria que ficasse baixando arquivos no computador dela (foi uma briga pra eu baixar meus animes, que não trariam risco nenhum ao computador).
No entanto, minha sorte mudou. No dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, fomos à casa do meu tio para trocarmos os presente de amigo secreto e para "ceiarmos". Foi tudo muito bom, vi meu primo e minha priminha que não via há tempos, e pareceu que minha prima gostou muito de mim, pois tínhamos muitos "interesses tecnológicos e interativos" semelhantes (video-games e afins), mas depois voltamos para casa da minha tia. Mas no dia seguinte, eles mesmos ligam pra casa da minha convidando-me para ficar com eles até o final da minha estadia em Floripa. Obviamente aceitei. Achei que tudo seria ótimo e maravilhoso, que nós, os 3 primos, iríamos nos divertir muito, mas não contávamos com uma coisa: o amigo que meu primo levou pra casa dos meus tios ficou doente e a forte gripe dele se espalhou pelos "moradores" da casa do meu tio. Somente eu e minha avó não fomos infectados, minha prima e meu primo foram os que mais sofreram, e minha prima só melhorou ontem, dia 29 de Dezembro, o dia que eu voltava pra São Paulo.
Me diverti lá, mas queria ter ficado um pouco mais e ter curtido um pouco mais a minha prima, afinal nos vemos bem raramente. E mesmo com a carinha triste dela quando fui me despedir, disse que nos veríamos de novo, que com certeza eu voltaria, e então um sorriso se abriu em seu rosto. E então, fui para o aeroporto e peguei o avião de volta, e depois de passar pela camada de nuvens, vi o que me fez escrever esse post: um pôr-do-sol arco-íris. Começando no laranja e avançando para vermelho, amarelo, verde, azul, anil e bem fracamente, o roxo. Um pôr-do-sol arco-íris logo acima das "ilhas de nuvens" rodeadas pelo mar azul, enquanto acima dele estava o azul do céu. Foi a coisa mais linda que vi na viagem toda e guardarei pra sempre aquela imagem na minha mente, mas infelizmente não estava com minha câmera pra tirar uma foto.
Mas então presenciei seu fim: uma camada azul escura começava a subir do laranja, empurrando as cores a se espremerem no pouco espaço que ainda tinham. Era uma batalha pacífica: o azul escuro empurrava o pôr-do-sol arco-íris, que tentava se manter em seu lugar, mas acabou perdendo, e então a paisagem da janela da poltrona 29-F tornou-se azul escura e branca. Mas se você já ouviu a frase "nunca olhe para trás", esqueça-a, pois ao olhar para trás eu vi novamente aquele pôr-do-sol arco-íris inesquecível, sumindo somente por eu me afastar cada vez mais dele, rumo à uma bela noite. E de repente, algumas "ilhas de nuvem" começaram a se tornar amareladas, e quando abriu-se um espaço entre elas, pude ver o labirinto preto e amarelo abaixo de mim: os primeiros traços de cidade que pude ver depois de Florianópolis. E então, ao vê-la como um todo, vi que a cidade era um labirinto lógico e muito bem construído: retângulos, trapézios, arcos e circunferências, nada mal colocado quando avistado de um avião.
E por incrível que pareça, vi poucos prédios. Não sei se era só perto de Guarulhos, mas a maioria que cercava o aeroporto eram casas de telhados marrons. E perto da aterrisagem pensei que usaria o pôr-do-sol arco-íris que vi em alguma das minhas histórias, para que assim meus futuros leitores também possam apreciar tal beleza da natureza, apesar de não da mesma forma que eu apreciei. E com tudo isso em mente, juntamente com a imagem que valeu toda a minha viagem, o avião aterrissou.