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domingo, 25 de dezembro de 2011

Teatro 2011


Olá meus caros leitores. Faz um tempo que não nos encontramos por aqui, não? Bom, com certeza faz tempo que não encontro nenhum de vocês pessoalmente, mas isso é outra história, e sei que existem lá suas exceções. Como havia prometido a mim mesmo, escreveria este post sobre esse assunto e com esse título. Ah, e antes da passagem de ano, claro, por esse post faz mais sentido escrito em 2011, e ele marca o meu último post do ano. Mas não se preocupem. Até onde me programei, escreverei posts ainda no primeiro mês de 2012. Nos concentremos, por enquanto, neste.
Não sei se posso dizer que 2011 foi um ano glorioso para o teatro no Brasil. Até porque assisti pouquíssimas peças esse ano. Acho que não estou tendo mais tanto ânimo quanto tinha na minha infância. Mas isso não importa, o que importa é que ainda continuo engajado no teatro como sempre fui. Participei de algumas montagens, mas nenhuma delas como ator, todas na "parte técnica" do espetáculo. E devo confessar-lhes que sinto um pouco de falta do palco e da emoção de uma apresentação, apesar de mesmo nas minhas atuais funções eu também ficar nervoso. Mas se voltar pro palco, gostaria de voltar com um elenco bem disposto e com que eu consiga "jogar" muito bem, porque senão prefiro ficar onde estou. Dentre as montagens em que estive envolvido, destaco a vocês duas, que por coincidência são as que estão demonstradas na foto no começo do post: "Quadrilha", do autor carioca vascaino Jomar Magalhães, na qual pode-se notar meu nome, bem pequeno, abaixo de "Trilha sonora", e "Leitura Contemporânea Sobre a Satírica Peça Teatral “O Auto da Barca Do Inferno” de Gil Vicente para se Considerar a Hipótese de que Talvez Possam Existir Outros Motivos em Nome dos Quais Nossas Professoras e Professores de Literatura nos Forçam a Ler esta Obra Além do Fato de que ela Está na Lista de Leituras Obrigatórias dos mais Importantes Vestibulares do Brasil" (sim, não há vírgulas ou pontos no nome da peça pois a intenção é que isso seja falado num fôlego só. Porque isso? Coisa do Celso Cardoso... Aquele diretor comunista...), singelamente apelidada de "Leitura Contemporânea", de Celso Cardoso e... Bárbaro Cardoso!
Isso mesmo, caros leitores! Fiz minhas estréia teatral como dramaturgo! Como autor de peças de teatro! Bem, ainda que tenha sido uma parceria com um cara que tem mais da minha idade de experiência teatral, e por coincidência é meu pai, esse foi um grande marco para mim. Bem, já que comecei a falar dessa montagem, comecemos falando dela: a montagem de teatro de 2011 do Colégio das Américas. No começo do ano, numa época ainda sem compromissos, tudo parecia ir muito bem, com jogos e brincadeiras propostos pelo professor sempre sendo bem aceitos pelos alunos, que faziam-nas com muita felicidade. No entanto, a partir de certo ponto a coisa degringolou. Eu, como assistente de direção que era, acabei destemperando-me com uma das várias atrizes do grupo e disse uma coisa que acabou por magoá-la devido a uma atitude que ela tomara frente à aula. Arrependo-me de ter dito? Não, não de ter dito. Mas de como foi dito. No calor da batalha, nós acabamos por ampliar e aumentar coisas que nem deveriam ser ampliadas ou aumentadas. Após esse pequeno contratempo, houve uma pequena reunião do grupo para esclarecer o que acontecera, e aí a coisa foi piorando. Eu, como teimoso que sei que sou, não queria admitir que tinha errado na maneira de falar com ela e ela, obviamente, viu-se atacada por mim. Muitos defenderam-na em seus pontos e me atacavam em alguns outros, até que chegou-se ao clímax da disputa: outra atriz, que nada tinha a ver com a confusão criada, levantou-se e me ofendeu de uma forma gravíssima. Não citarei o nome de ninguém nem o que foi dito por ninguém, mas quem estava naquela reunião sabe o que foi dito. Ao ouvir a tremenda ofensa proferida contra mim, vinda de uma pessoa que claramente não respeitara meu trabalho nem minha presença nas aulas até então, eu levantei-me e fui embora, deixando meu pai sozinho com todos os alunos, pouco importando o que seria do grupo, decidido à abandoná-lo de vez. Baixada a poeira e com as devidas conversas e gritos já feitos e dados, voltei eu para o grupo a pedido do meu pai, que necessitara e pedira a minha ajuda, e por alguns poucos alunos de lá. Admito que foi o ano mais tenso que já presenciei no teatro do Colégio das Américas.
Após a situação acalmar-se em termos gerais, voltou-se ao que era, mas eu deixara bem claro a todos que não seria mais o assistente de direção, mas somente o co-autor, o sonoplasta e o iluminador, que estaria avaliando e analisando a "construção da obra" para ver que rumos ela tomaria. E na minha visão pessimista em relação ao teatro, como sempre foi, estava rumo ao mais profundo e negro abismo da existência. E o pior é que a partir de um ponto, meu pai, o diretor, uma das pessoas mais otimistas que conheço, começou a achar o mesmo devido ao tamanho descompromisso para com a realização da obra. Mas como o Barrichello que deixara o Schumacher passar à sua frente, nas duas últimas semanas antes da apresentação, com a equipe técnica beirando ao desespero, os atores deram um gás final e conseguiram com que a peça se tornasse apresentável ao público. Poderia ter sido melhor? Com certeza. Com um maior desempenho e uma melhor construção da obra como um todo, claro que poderia ter sido melhor. E não era uma peça fácil não, viu? Nesse ano houve a maior das produções técnicas no teatro do Colégio das Américas: canhões de luz, duas máquinas de fumaça, dança, canto, maquiagem, extensão do palco, etc. Foi trabalhoso tanto para os atores quanto para nós.
A trilha sonora fora montada por mim e as letras das músicas foram montadas pelo meu pai e ligeiramente ajeitadas por mim. Em relação ao texto, meu pai escrevera a maior parte, mas eu não fiquei para trás: escrevi a cena mais engraçada da peça na opinião do elenco, pois sempre na leitura da cena todos riam, e escrevi o final da peça, tudo com revisão de Celso Cardoso, que mexera muito pouco no que eu escrevi, assim como eu fizera nas cenas que ele escrevera. Corremos atrás de figurinos e adereços na Ladeira Porto Geral e na 25 de Março, tendo que pedir dinheiro aos atores para cobrir todas as despesas, que totalizaram por volta de R$1.300,00! Mas o resultado foi muito satisfatório para mim e para muitos convidados, que ao assistirem as montagens anteriores e compararem com essa, declararam-na a melhor em termos de atuação, texto e diversos outros aspectos. Na foto, temos a Stephanye Nóro no centro com o microfone na mão, prestando uma homenagem ao diretor e ao sonoplasta/iluminador/co-autor, este que vos escreve e que está ao lado do Diabo. Sim, é isso mesmo que leram. Aquela figura com um alto penteado afro com cifres saindo pelos lados é o Diabo, interpretado brilhantemente por Gabriel "Gabiru" Cicchini. Ah, vou colocar o elenco todo aqui, é melhor... Aline Nordon (que cedeu a foto e que está de verde na foto), Andressa Marchi (encontra-se à direita na foto, só aparece um pedaço de seu figurino flamenguista), Anna Minas (está de camisa branca e saia preta à direita da foto), Bianca Bergamini (a de vestido roxo na foto. Uma revelação entre os novos integrantes do elenco), Bianca Scudílio (a veterana de camisa branca, saia preta e chifres vermelhos abraçada ao diretor no centro da foto), Camila Poester (não presente na foto. A "piquininha" do elenco que tem um tremendo fôlego pra falar o texto), Gabiru Cicchini (já apresentado anteriormente. Foi o ator mais animado e que levou a peça mais pra cima. Orgulho pessoal), Gabriel Ferreira (de toga azul brilhante no fundo da foto, atrás da Aline. Uma evolução significativa em termos de interpretação e força de vontade. Orgulho pessoal), Leon Máximo (não presente na foto. O sucesso das apresentações para os alunos da escola, vestindo apenas um terno preto, óculos escuro e dizendo poucas palavras. Suas ações o fizeram brilhar!), Leonardo "Geo" Prieto (não presente na foto. Sua interpretação de Pastor Metralhadora tirou boas risadas de todas as platéias), Mariana Machado (à extrema direita da foto, com uma perna "cortada". Não, não é um menino. Ela fez o papel de um menino, aproveitando após a apresentação elogios vindo de todos os lados. A atriz mais elogiada do elenco), Queren Hapuche (a com diversas estolas ao lado da Bianca Bergamini. Falou pouco, mas também fez o público rir), Raíssa Andrade (a vestida de bombeira à esquerda da foto. Tímida como sempre), Renata Celli (a de vestido braco ao lado da Raíssa. Fez o papel da boazinha da peça, mas decaiu um pouco em relação ao que fez no ano passado), Stephanye Nóro (já apresentada anteriormente. Mas dela faço questão de falar de novo, pois para mim é a melhor atriz do elenco não só por ser "a mais veterana", mas pela disposição e esforço dela para encarar qualquer desafio que o diretor proponha. Orgulho pessoal) e Vitória Horvath (vestida com jaleco e calça branca ao lado da Stephanye. Tímida como sempre. Precisa soltar-se mais aos personagens e ao próprio elenco).
Bom, já falei bastante da montagem teatral do Colégio das Américas. Agora falarei sobre a montagem do outro grupo teatral no qual meu pai da aula sexta-feira: o grupo uZyNominados. O "z" e o "n" são maiúsculos pois representam a sigla da Zona Norte, zona da cidade onde o grupo foi formado, e caso não tenham percebido, é só uma forma diferente de se dizer "grupo Os Inominados", ou seja, "grupo os sem nome". Munidos de uma adaptação teatral escrita pelo dramaturgo Jomar Magalhães do poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade, com toques poéticos de Celso Cardoso e de Tim Maia (What!?), o grupo voltou ao teatro Plínio Marcos, que está para fechar, localizado no Shopping Pompéia Nobre, para duas apresentações do espetáculo "Quadrilha", espetáculo esse que, devido ao sucesso aos fãs de carteirinha dos próprios membros do elenco e do próprio Jomar Magalhães (ele foi assistir à peça no dia 17, viagem bancada pela produção do elenco com um "quê" de segundo lugar devido ao final do Campeonato Brasileiro dias antes, que consagrou o Corinthians como campeão).
Nessa montagem, não tive tanta influência assim. Participei dela nas últimas semanas e tive pouco tempo para montar a trilha sonora a pedido do meu pai, o que não foi um problema, pois diante das primeiras músicas que eu apresentara e das pequenas reuniões que fizemos, o grosso da trilha sonora foi rapidamente feito, restando apenas as procuras por detalhes e coisas mais complicadas como fogos de artifício, motor de carro velho, estouros de motor de carro, barulho de trem, etc (acreditem, é bem difícil achar essas coisas em boa qualidade. Eu procurei!). O público elogiou bastante o cenário móvel e multi-tarefa feito, embora tivesse ficado pesado e feito às pressas, não pode ser corrigido como deveria, e elogiou-se também a trilha sonora, afirmando-se que nos momentos em que haveria uma troca de cenário, de ambiente, que são momentos onde a "tensão" do espetáculo cai, a trilha sonora surgia para levantá-la (a tensão), fazendo com que o ritmo do espetáculo não se perdesse. Esse efeito de "preenchimento de cena" foi regido principalmente pela música tema da peça, que tocou ao longo dela em torno de 10 vezes, mas marcou bem o clima interiorano criado por Jomar para descrever a sequencia de ações ocorridas em Mirandela do Norte. Para o que se interessarem pela música tema (que acredito não serem muitos), aqui vai um link dela no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=3T415UJ4PcI (ela faz parte do 1º CD da OST [Original Sound Track, ou Trilha Sonora Original] do anime Katekyo Hitman Reborn. E não fora a única música retirada desse anime: outras quatro faixas foram colocadas ao longo da peça também).
Vocês podem estar se perguntando o que o Tim Maia, citado mais acima no post, tem a ver com essa peça. Bem, na verdade, há uma cena em que um personagem, rejeitado pela mulher que ama, se embebeda e sai pela praça "filosofando" com a música "Me Dê Motivo", de Tim Maia, como fundo. Isso é, uma "versão instrumental" da música, unida ao monólogo feito pelo Tim Maia na música e alguns pedaços soltos no meio da cena e no meio de suas falas. Para conhecerem a música um pouco melhor e para talvez ajudar suas imaginações, aqui vai o link dela: http://www.youtube.com/watch?v=yUB1GvRoQMY. Nas pequenas fotos do cartaz da peça estão os atores integrantes do elenco: Leandro Prada (Idealizador do cartaz. O homem à extrema direita. Interpretou o enlouquecido Joaquim). Lilian Scheffer (a mulher logo abaixo do Leandro. Interpretou a fria Lili [sua xará]), Luciane Ganem (a mulher à extrema direita da foto. Interpretou a religiosa Tereza), Lulu Peligotti (a mulher acima da Lilian. Interpretou a devassa Maria), Vinício Norio (o homem abaixo da Luciene. Interpretou o comunista João), Vitório Sarmento, (o homem entre as Lu's. Interpretou o furioso Raimundo) e finalmente Zé Buda (o astro da montagem anterior "Na Calada da Noite" que ficou um tanto ofuscado diante do brilho dos demais atores. É o homem caraca entre a Lilian e o Vinício. Interpretou o católico Padre José).  João que amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili... Ah, para saberem o resto, assistam a peça, pois existem perspectivas de que seja montada novamente em 2012, e eu, junto do meu grande amigo Ney Rodrigues, que "montou" e "operou" a luz do espetáculo, estaremos lá, para mostrar a todos vocês o que é fazer parte de uma quadrilha...
Bom, após este quilométrico post, eu me despeço, desejando que o teatro em 2012 seja ainda melhor do que foi o de 2011. Um excelente 2012 para todos nós artistas do teatro, leitores e escritores de blogs, enfim, seres humanos em geral! Ou como diria Celso Cardoso: Um próspero e feliz ano novo... São os meus sinceros desejos para você e todos os seus... (ah, pra quem não sabe, isso é tudo irônico, ta?)

Um comentário:

  1. Ei Bárbaro! Estava ansiosa pelo seu post sobre o teatro! Fiquei lendo e lembrando de todas as confusões que sempre acontece na montagem das peças no Américas, hahaha.
    Fiquei orgulhosa da Stefany! Meu Deus, quando ela entrou ela era tão tímida, que saia correndo só do professor falar pra ela subir no palco! Que linda, no microfone!
    Que bacana você estar trabalhando com o que você gosta! Eu esse ano atuei em 2, uma foi a paixão da minha vida, e a outra me mostrou que eu posso sim, mesmo quando eu achar que não posso. Com muito medo de cantar, no fim das contas, fiz 2 solos, e tirei quase 9 de banca, o que me ensinou que eu posso confiar em mim mais do que eu achava que podia.
    E seguimos assim, aprendendo, sempre!
    Quem sabe um dia não trabalhamos juntos no teatro?
    Beijo!

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