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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Dois Homens e Walden Schmidt


Olá de novo e novamente, caros leitores. Faz pouco tempo desde a última vez que nos vimos aqui, não? Pois é. Eu disse que tinha muitas ideias para posts, mas só não tinha inspiração para escrever tais posts. Bom, hoje a deusa da inspiração sorriu para mim, dando-me inspiração para escrever mais um post. Um sobre televisão, que disse, há vários posts atrás, que escreveria (caso não se lembrem, eu havia dito que escreveria sobre coisas da televisão. Mas até onde eu sei, é só nesse post que cumpro essa promessa. Ou pelo menos começo a cumprir). Mas chega de papo! Vamos começar logo essa bagaça!
Acho difícil, ou até mesmo impossível, achar alguém que não conheça a famosa série americana de TV Dois Homens e Meio (uma tradução de Two and a Half Men). Mas conhecer é bem diferente de gostar. É a série de maior repercussão no mundo e que ao longo de seus 9 temporadas (a 9ª está mais ou menos na metade), adquiriu diversos fãs e o mais importante para a equipe participante: diversos dólares. A série foi criada por Chuck Lorre (que também criou a série The Big Bang Theory, que terei o prazer de falar em outro post) e por Lee Aronsohn e prometia ser um sucesso constante pelo tempo que estivesse no ar, que até onde se via, seria muito tempo. Só houve um problema nesse paraíso "perfeito": Carlos Irwin Estevez, conhecido pelo mundo simplesmente como Charlie Sheen.
Charlie Sheen vivia literalmente no paraíso. Ganhava mais de um milhão de dólares para interpretar um compositor de jingles milionário, solteirão convicto e que faz muito sucesso entre as mulheres de nome Charles "Charlie" Francis Harper, ou simplesmente, Charlie Harper. Exatamente meus caros leitores, Charlie interpretava Charlie, um xará não somente de nome, mas também de situação. Até onde eu sei, Charlie Sheen não é um compositor de jingles, mas é um bilionário e que faz sucesso entre as mulheres, o que significa que para fazer sua personagem (se diz "sua" mesmo), Charlie Harper, ele só precisava fazer uma versão "menor" de sua própria vida! Oh Deus, que paraíso de qualquer ator! O personagem mais fácil de se construir é aquele em que se pega o maior número de atributos e trejeitos pessoais, não tenham dúvida disso, é a mais pura verdade. Mas no dia 07 de março de 2011, a bomba caiu sobre a série com a demissão do grande astro. Mas como diabos um cara consegue ser demitido de uma série onde ele interpreta a si próprio!? Pois é meus caros leitores, tento entender isso até hoje...
Também como seu personagem, Charlie Sheen tinha diversos problemas com álcool e drogas, sendo internado diversas vezes durante a gravação da 8ª temporada da série (a mais curta de todas, em função de sua demissão). E como todos nós sabemos, o álcool e as drogas destroem o nosso corpo e a nossa mente. Bem, foi exatamente o que acontecera com o ator: sua mente virara pasta de mingau de merda e o fez virar-se contra os produtores da série, o que é pior do que se virar contra o diretor, porque numa produção desse tipo, quem é o rei é o diretor, mas o rei se submete a Deus, o produtor. Atacar o produtor é como atacar Deus, e todos sabemos o que acontece quando um mero e ridículo humano decide confrontar Deus: acaba em merda. Pelas diversas cobranças para a volta da filmagem da série por parte da equipe, com razão, pois Charlie Sheen via-se com problemas e o resto do elenco e da equipe estavam em ponto de bala pra continuar, restando apenas a "mocinha" parar de estragar sua própria vida. Irritado com tais cobranças, Charlie, após uma melhora dos problemas causados por ele próprio, afirma aos produtores que está muito bem, obrigado, e que não há porque ficar enchendo o saco com relação às drogas e ao álcool que ele consumia, e que se os produtores quisessem, poderiam beber a urina dele para que pudessem ver que ele não tinha mais tais problemas. Estava criada a merda.
Muitos o idolatram por ele ter feito "o que todos desejam fazer": mandar o seu chefe ir se foder. Na real, uma puta cagada que ele fez. Descartar um emprego no qual ele era praticamente ele mesmo, só que numa escala menor, sendo uma das séries de maior sucesso mundial, ganhando mais de um milhão de dólares por episódio por causa da merda da raivinha deles por que estavam cobrando, e com razão, pra ele parar de ficar se drogando e ir trabalhar? Desculpa, mas pra mim não dá pra respeitar um cara que faz uma decisão dessas. Ah, mas o problema nem é o dinheiro, ele é bilionário. Engano seu, pois se ele não precisasse do dinheiro, faria a série de graça. Aliás, a meu ver ele só tem a fama que tem por ter tido a facilidade de montar o seu personagem em Two and a Half Men, o que não quer dizer muita coisa, pois é muito fácil criar um personagem que é você mesmo, não necessitando prática nem tampouco habilidade, portanto eu até desconfio dos dotes dele como ator ainda mais porque esse, até onde eu sei, foi o grande trabalho dele.
Mas apesar da cagada do Charlie Sheen, os produtores não queriam parar a série, pois o sucesso ainda era grande e o elenco fixo, composto principalmente por Jon Cryer no papel de Alan Jerome Harper, o irmão de Charlie Harper, que ganhou o Emmy Award na categoria de Melhor Ator Coadjuvante em série de comédia, em 2009; Angus T. Jones no papel de Jacob "Jake" David Harper, sobrinho de Charlie e filho de Alan; Holland Taylor no papel de Evelyn Harper, a mãe de Charlie e Alan; Marin Hinkle no papel de Judith Melnick, ex-esposa de Alan e mãe de Jake; Melanie Lynskey no papel de Rose, mulher que perseguia Charlie durante toda a série e se casou com ele, tornando-se viúva após sua morte (ah vá!) (após a saída do personagem de Charlie, não houveram grandes aparições dela por não haver um motivo forte para que aparecesse); Conchata Ferrell no papel de Berta, a empregada da casa de Charlie. O que fazer então? A solução mais simples e óbvia foi a que prevaleceu.
Nice to Meet You, Walden Schmidt foi o episódio que marcou o início da 9ª temporada da série e também a entrada do novo protagonista estrelado pelo ator Ashton Kutcher, o queridinho das menininhas. Esse episódio ficou marcado na mente do público por dois motivos fora o fato de ser a substituição do personagem principal: Primeiramente, pelo fato da morte completamente implausível de Charlie Harper na lua-de-mel com sua esposa Rose e "segundamente" pelo fato de Walden, portanto Ashton Kutcher, ficar nu com poucos minutos após sua aparição. A morte de Charlie foi mostrada ao público através de Rose, que no funeral simbólico revelou-a a todos: durante a lua-de-mel do casal em Paris, Charlie esperava um trem ao lado de Rose quando escorregou, caiu nos trilhos e foi atropelado, explodindo como um balão de carne, como relatou a própria Rose. Muitos amigos meus que assistem a série mostrarem-se indignados com tamanha inverossimilhança na morte do ex-protagonista, fato esse que me intrigara bastante, foi é evidente que não quiseram fazer da morte de Charlie uma coisa para se pensar ou refletir, mas sim somente uma piada por sua implausibilidade. Irrita-me o fato de algumas pessoas não perceberem tal fato tão simples e falado tão rapidamente na série. É uma piada óbvia. É isso, ele explodiu e pronto. Acabou-se Charlie Harper. O segundo fato foi mais comentado por amigas minhas que "ofenderam-se" pelo fato de mostrar o ator Ashton Kutcher nu logo nos primeiros minutos de sua aparição como uma forma apelativa de conseguir audiência e de chamar a atenção para a nova personagem. Novamente me espanto, pois esse fato, isto é, o fato dele ficar nu, nada mais é que a introdução de uma personagem completamente inédita numa história de vários anos, mostrando de forma mais drástica que o "jeitão" dele é outro, que não devemos compará-lo ao Charlie porque ele não é o Charlie, e sei que os produtores, diretores e roteiristas esforçaram-se para não cometer esse engano de tentar colocar alguém com a mesma personalidade.
Apesar de toda comoção em relação aos temas abordados no primeiro episódio da nova temporada, ela foi um marco para toda a série e inclusive para o próprio canal em que era transmitida (Warner Channel), batendo um recorde de impressionantes números: 27,7 milhões de pessoas assistiram o episódio, fora as pessoas de outros países que assistiram a versão legendada poucos dias depois, como este que vos escreve. O próprio imbecil do Charlie Sheen assistiu tal episódio e delicia-se com a situação da série, sem perceber que só se mantém na mídia e consegue contratos para programas devido a sua "atuação" em Two and a Half Men, sem perceber que fazendo outra pessoa que não ele mesmo pode fazer com que sua incapacidade de atuação seja revelada. Mas não pagarei pra ver, não me interesso pelo trabalho dele. Afirmo, com todas as letras, que tolos são aqueles que ficam com "o Charlie é foda, o Ashton Kutcher não chega nem aos pés dele". Porra! São personagens completamente diferentes! Não podem ser comparados porque o estúdio acertou em querer fazer um outro esquema. Parem com essa cisa de comparação porque é o mesmo que se comparar uma pêra e um tomate. Ambos são frutas, mas seus "atributos" são distintos, então não se pode decidir o "vencedor".
Após esse primeiro grande arroubo de popularidade na nova temporada, o número de pessoas assistindo a série caiu drasticamente, como já era o esperado, porque essa substituição mudou os rumos de praticamente todos os ramos da história, sendo apenas uma tentativa de ressuscitá-la em prol do nome que já tinha, o que não dá muito certo, como creio eu que seja apenas uma tentativa de manter o que se tinha, ou pelo menos manter um pouco, o que é melhor de ter tudo jogado no lixo por bêbado drogado imbecil. Quanto à série, bom, nunca fui muito ligado, mas agora estou acompanhando a 9ª temporada e me decepcionando pois Jon Cryer tem uma boa versatilidade e se dá muito bem no papel que faz, então quanto ao personagem dele, ele segura as pontas para a história continuar. Já Angus T. Jones eu desconfio que afunde um pouco mais, pois o mote principal era ele ser o "Meio" de Dois Homens e Meio e o "Half" de Two and a Half Men, mas agora ele já é bem crescidinho e a clássica abertura da série que era "cantada" por ele, Charlie e Jon foi substituída por ele no lugar de Charlie e Ashton em seu lugar, o que me fez ver que agora ele é colocado já como um homem, mas não sabe o que fazer no lugar de Charlie, olhando pra qualquer lado e muitas vezes pra própria câmera, quase estragando a "virada final" na abertura. Bem, para entenderem o que estou dizendo, aqui vai um link da nova abertura de Two and a Half Men "cantada" pelos novos três protagonistas: http://www.youtube.com/watch?v=8ObllYaw6Ek (o vídeo foi extremamente negativado pelo que acredito ser o que citei acima: fãs que querem comparar a pêra que foi Charlie Sheen com o tomate que é Ashton Kutcher. Lamentável).
Se a série durara muito? Difícil dizer, mas creio que está sobrevivendo as trancos e barrancos, de modo que se continuar rendendo dinheiro e popularidade acima do que gasta, ela continue. Se não render, é cada pro seu lado. E a todos que criticam o trabalho de Ashton saiba que não defendo ele, acho que ele está apenas trabalhando em cima da oportunidade que recebeu, e além do mais, se a série for pro vinagre, o que infelizmente não é uma situação extremamente implausível, Ashton já tem o seu dinheiro e o seu currículo em séries e em diversos filmes. Se ele é bom ou não? Não interessa, mas pelo menos não ficou marcado na história da televisão ou do cinema por ter interpretado ele próprio, e sendo convidado para uma série de sucesso como Two and a Half Men, já quer dizer uma coisa: que ele é bom não por interpretar a si próprio, mas por interpretar personagem diferentes do que ele é.

2 comentários:

  1. Gostei do Post apesar de ter ficado longo. E o fundo preto doer os olhos ! =)
    Continue escrevendo sobre series.

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    1. Obrigado, e concordo, ficou longo. Tentarei fazer com que fique o mais esteticamente adequado quanto possível

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